sábado, 15 de janeiro de 2011

70 Semanas do Livro de DANIEL

Um dos temas mais mal compreendidos no meio religioso em geral, dos que usam a 'Bíblia' para ser um manual de 'fé', e que com isso fazem surgir novas, e mentirosas datas num contexto mundial, são algumas linhas do Livro de Daniel, em especial o cap. 9.
Este é que estaremos estudando, e entendendo que tudo que se diz por ai, em meios não judaicos é invencionice e pior, um sistema que leva milhões de pessoas a seguir um ídolo morto.

"70 PERÍODOS estão decretados sobre teu povo e sobre a cidade santa para dar por finda a transgressão, cessar o pecado, perdoar a iniquidade e promover a justiça eterna, confirmando a visão e a profecia, e consagrando o SANTO DOS SANTOS." Daniel 9:24

Vamos examinar, cuidadosamente a palavra usada em Daniel 9:24
Shavuiim= períodos
שָׁבֻעִים

Bem, esta palavra tem sido traduzida em vários idiomas por SEMANA.
No entanto há uma regra para que SHAVUA =
שָׁבֻעִ seja apenas usada para semana que se inicia no 1º dia e acaba no Shabat.
Outra condição para que se possa usar a palavra SHAVUA (
שָׁבֻעִ) é apenas para o ano de descanso da terra, SHEMITÁ, quando o 7º ano do ciclo de agricultura era o DESCANSO da terra.

Portanto, para que se possa usar a palavra SHAVUOT =
שָׁבֻעֹת semanas, somente nestes dois casos.
Devarim 16:9 (Deut)
shebá hashavuot tissefira
שִׁבְעָ השָׁבֻעֹת תִּסְפָּר
Sete (serão) as semanas (que) contarás....
aqui, se referindo a contagem das semanas para a Festa de Peregrinação chamada de SHAVUOT, Semanas (conhecida tbm como Pentecostes)
A contagem então se inicia num 1º dia de semana, segundo a TORAH, e sendo contadas sete SHAVUOT, no dia seguinte se daria a Festa.
Portanto, semanas completas de domingo a sábado. Isto é SHAVUA, no hebraico.


Em Daniel não temos Shavua, e sim SHAVUIIM = שָׁבֻעִים
Que significa Períodos.
Mas, quando se usa esta palavra para períodos?
Pode sim, existir um período de sete dias. Este poderá ser chamado de SHAVUA, se iniciado no 1º dia e terminado no 7º dia (Shabat). Também pode ser chamado de SHAVUI, se iniciado numa quarta-feira e terminado numa terça-feira.


Esta diferença dá a um o nome de SEMANA, e ao outro o nome de PERÍODO.
Em Ezequiel 45:21:
BaRishon B’arbaa asser yom LaChodesh Yheye Lakhem HaPessach
Chag Shavuot Yamim Matzot Yakhel.
No primeiro mês, no dia catorze de mês, tereis a Pessach,
uma festa de semanas (em) dias; Matzot se comerá.

Aqui, Echezkel usa
SEMANAS EM DIAS ou seja, é introduzida duas semanas na festa, pois ela se inicia numa, e termina em outra. Não são semanas completas, porém são duas, as semanas.


Não é o caso de Daniel 9:24, quando se usa Shavui não para semanas reais ou proféticas (Daniel não era profeta), mas se referindo a PERÍODOS.
"Setenta Períodos" deve ser o mais indicado para que possamos entender o que se trata a palavra e a visão.



"70 PERÍODOS estão decretados sobre teu povo e sobre a cidade santa para dar por finda a transgressão, cessar o pecado, perdoar a iniquidade e promover a justiça eterna, confirmando a visão e a profecia, e consagrando o SANTO DOS SANTOS." Daniel 9:24

Bem, quem é o povo de Daniel? A Igreja? Claro que não, pois Daniel vivia cativo na corte dos reis de Babilônia, e depois até no 1º ano do Reinado Médo-Persa. Seu povo era o povo JUDEU, óbvio: Dn 1:6
"Dentre os filhos de Judá que foram escolhidos estavam Daniel,...".


Portanto 70 Semanas, estão decretados sobre Judá.

Qual é a cidade Santa, se não YERUSHALAYIM? (Jerusálem). Ela é capital do povo de Judá, a capital dos judeus.

Esta é a síntese primária de toda visão (23).
Aqui, Daniel terá a explicação pelo que havia feito há minutos antes: Voltado ao ETERNO, em orações, súplicas, jejuns e se cobrindo com cinzas, como um enlutado.(9:3)
Como sempre digo, não podemos experimentar o sabor das profecias e da Palavra de HASHEM (o CRIADOR) através de errôneas traduções, e por vers. isolados, mesmo sendo em quantidade, como examinamosentre o 24 e 27 apenas.
Todo contexto será importante para entender (não digo aceitar) a realidade da palavra do mensageiro do ETERNO, o anjo enviado a Daniel
Dentro da palavra chave '70 períodos, ou semanas' há váriadas coisas que acontecerão.

Eu estou usando uma tradução de Jairo Fridlin e David Godorovits, da Editora Sefer, baseado no Hebraico, Talmud e fontes Judaicas.Em vermelho destaco uma tradução usada no meio cristão, e veremos que a diferença é escandalosa, mas muito sutil:

Dn 9:2
"...eu, Daniel, examinava nos livros os cálculos sobre o nº de anos que tinham se passado desde a revelação do ETERNO ao profeta Jeremiah, para compreender quanto faltava para se completarem os 70 anos desde a destruição de Jerusálem." (versão da Editora Sefer)

"no 1º ano de seu reinado, eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o nº de anos de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de 70 anos."(versão JFA)



Vemos aqui, que na tradução direta do Hebraico (em negrito)e com fontes seguras da Tradição Rabínica, Daniel calculava quantos anos restavam para se completar os 70 anos predito pelo profeta Ir'miahú.
Na tradução de JFA totalmente diferentes, pois é como se Daniel não soubesse que seriam 70 os anos de abandono de Jerusálem.
Ora, Jeremias falara quantos anos seriam: Je 25:11
"Toda a terra (conquistada) se tornará vazia e deserta, e suas nações servirão ao rei de Babilônia por 70 anos."
Daniel já sabia que a desolação de Judá e da cidade Sagrada seria de 70 anos, porem estava a calcular quanto tempo já se havia passado, e quanto faltava para se completar este tempo de 70 anos.

Então, nesta firme conduta, de saber o tempo exato, ele se volta ao ETERNO, em todo sacrifício espiritual, e então o livro nos descreve sua oração:
Dn 9:4-10
"Orei ao ETERNO, meu D'US, dizendo:Ó ETERNO, grande e poderoso, que
manténs a aliança e concede misericórdias aos que te amam e guardam teus mandamentos! Pecamos e agimos com iniquidade e maldade, nos rebelamos e nos afastamos de teus mandamentos, e de tuas leis. Tão pouco escutamos aos teus servos, os profetas, que falaram em teu Nome aos nossos reis, nossos príncipes, nossos pais e todo o povo da terra. A ti, Ó ETERNO, reconhecemos que pertence a justiça; a nós, porém, somente a vergonha que transparece em nossos rostos, como hoje se percebe nos homens de Judá, nos habitantes de Jerusálem, e em todo o Israel, tanto nos que estão próximos como nos que estão distantes, em todos os países para onde tu os levastes, porque agiram traiçoeiramente contigo. Ó ETERNO, a nossa vergonha está estampada em nosso rostos, nos de nossos reis, nos de nossos príncipes e nos de nossos pais, porque pecamos contra Ti. Só o ETERNO, nosso D'US, pode conceder compaixão e perdão; porque nos rebelamos contra Ele, e não demos atenção à vóz do ETERNO, nosso D'US, que nos chamava para que andássemos segundo Sua TORÁ, para nós estabelecida através de seus servos, os profetas."

Bem, esta é apenas a metade de sua oração, mas percebemos qual é seu conteúdo: Daniel orava e confessava seus pecados, e de todo o povo de Israel. A iniquidade produzida pelos israelitas trouxera a promessa de males, que o ETERNO havia falado através de Moshê (13)(Deut 28:36). Portanto suas súplicas eram que o ETERNO perdoasse esses pecados, dos quais o tempo de purificação estava chegando, visto Israel ter sido levado em Cativeiro também por não haver dado descanso à terra, em seus anos sabáticos. O início desta contagem se dá em 608-607, quando Jerusálem é tomada pelas tropas caldéias de Nabucodonossor, em seu 1º ano de reinado sobre o Império Babilônico.
Pois, bem, Daniel elevando suas súplicas e pedido de perdão das iniquidades , e estando ainda a orar, confessando seu pecado e o do seu povo (Israel), foi abordado por Gabriel, o mensageiro de HASHEM.

Pois bem, o que motivou Daniel a suplicar ao SUPREMO PAI? Justamente aquilo que sua oração pedia: o tempo de findar esta transgressão de Judá e de sua cidade Santa, Jerusálem. Dn 9:22
"Ele me fez entender e me falou explicando:' Daniel, eis que vim a ti agora para te transmitir compreensão. Ao iniciares tuas súplicas, foi emanada uma ordem, e eu vim para te fazer conhecê-la...Presta atenção, pois, a estas palavras, e compreende assim tua visão."

Bem explicado, agora devemos prestar atenção: a ordem que o anjo recebeu do ETERNO, é o que ele passará agora, e nada tem a ver com dias muito distantes, mas totalmente dentro de uma cronologia que Daniel já estava calculando.

"70 Períodos foram decretados sobre o teu povo e sobre a cidade santa para dar por finda a transgressão, cessar o pecado, perdoar a iniquidade, e promover a justiça eterna, confirmando a visão e a profecia, e consagrando o Santo dos Santos" Dn 9:24
Em 70 períodos, ou 490 anos tudo isso se daria. Não seria apenas 49 anos, ou 434, ou 7 anos finais e longínquos. Mas, a partir de agora o anjo dá as dicas, e portanto devemos prestar muita atenção, como Daniel teve de fazer, e assim ensinou aos seus:

"Saiba e compreenda:desde a saída da palavra para restaurar e reedificar a Jerusálem até que seja ungido um príncipe, passar-se-ão 7 períodos" Dn 9:25a
Aqui, o príncipe é chamado no hebraico de mashiach-naguid, ou seja um chefe-ungido, um governante.
Quando foi esta proclamação? Foi num período anterior à unção de um príncipe. Ou seja, quando se deu a ordem de restaurar Jerusálem, se passou 49 anos até que este Mashiach- Naguid, ou Ungido pudesse ter a unção.
Jeremias 24, diz que após o rei Nabucodonossor ter levado cativos o Rei Iehoniáhu, o ETERNO lhe mostrou duas cestas com figos, uma com bons, os deportados, e outras com ruins. Vejamos:

"Assim se pronuncia o ETERNO, o D'US de Israel: 'Considerai os cativos de Judá, que daqui mandei embora para a terra dos caldeus, como os figos bons. E voltarei para eles meu olhar para o bem, e os trarei de volta a esta terra, Eu os restaurarei e não os deixarei tombar; hei de palntá-los, e não serão desenraizados." Jer 24:5.6
Em 607-606 isso se dá, e os 'figos bons' são levados cativos, de onde só voltarão 70 anos depois.
I'shayahú 44: 21 a 45:4(por favor leiam) nos mostra claramente que CIRO é Seu ungido, e que Israel novamente terá seus pecados perdoados, Jerusálem será de novo habitada, e as cidades serão reconstruídas, além do Templo que será restabelecido, e tudo isso dentro do tempo em que Ciro for o "um príncipe Ungido" (mashiach naguid).
Quando Ciro foi Ungido, aproximadamente 559-558 uma de suas missões era o de dar liberdade aos judeus. Essa unção se completa os 49 anos primeiros de Daniel. No ano 537 Ciro foi designado rei sobre o Império Babilônico, anexando tudo ao Império Médo-Persa. No 1º ano de seu governo sobre a Terra santa, ele decretou que todos os judeus poderiam voltar a Tsion.

"No 1º ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do ETERNO, proferida pela boca de Jeremias, o ETERNO despertou o espírito de Ciro, o rei da Pérsia, e ele fez proclamar por todo seu reino e também por escrito dizendo:'Assim disse Ciro, rei da Pérsia: O ETERNO, Soberano dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe construir uma Casa em Jerusálem, que fica em Judá. Quem entre vós, for de todo o Seu povo, que o ETERNO, seu D'US, esteja com ele e suba!". 1Cro 36:22.23
Neste momento da História, Ciro agiu como o MASHIACH, como disse o anjo a Daniel. Não um Messias como se imagina hoje na religião cristã, mas um Ungido pelo poder de H'SHEM, para fazer Sua Palavra verdadeira, e trazer de volta os cativos a Erets Yisrael (terra de Israel). Haviam, portanto, passados 49 anos desde que foi proclamada a palavra de restauração e reedificação de Jerusálem, quando Ciro foi eleito rei da Pérsia em 557. O Inicio da contagem, portanto se dá em 607-606 aproximadamente.

"...durante 62 períodos será reconstruída com suas praças e seus fossos, enfrentando tempos difíceis"
Dn 9:25b
Durante 434 anos seria reconstruída com dureza. Não seria fácil reerguê-la, e isso levou tempo. Os que ficaram na cidade santa, pouco podiam fazer, e com a volta dos primeiros exilados, parecia que ela havia tomado uma força capaz de poder se levantar novamente, quando vemos que os trabalhos dificeis que o anjo falara a Daniel eram reais:

"Quando os adversários de Judá e Benjamim souberam que o povo que voltou do exílio estava para construir um Santuário ao ETERNO...Então os povos ao redor de Israel procuravam debilitar as mãos de Judá, fustigando-os com ataques, enquanto tentavam construir. Contrataram conselheiros com o objetivo de encontrar formas de frustrar seus planos de construção, durante todo o reinado de CIRO, até o reinado de DÁRIO. E durante o reinado de Achashverosh (Assuero), engendraram uma acusação contra os habitantes de Judá e Jerusálem. "
Portanto, durante estes reinados, as 62 semanas já estavam em andamento
e iniciados na mesma data de 607.
Tanto a unção de um príncipe (ou Messias, Ungido), quanto a reconstrução de Jerusálem se iniciam na mesma data, e não são sequência uma da outra. Bem, a profecia diz que após estas 62 semanas, ou períodos, um Ungido seria morto.
Aqui, aos que não estão acostumados com o entendimento judaico, levará um susto, mas é a pura realidade do texto, e a verdade de h'SHEM, Bendito seja.

"E depois das 62 semanas será abatido o Ungido e não terá outro, o povo de um monarca que virá destruirá a cidade e o Santuário, mas por fim será arrastado por uma inundação; depois, até o final da guerra, grande destruição foi decretada."
Dn 9:26
O ungido (Mashiach)aqui se refere ao Sumo-Sacerdote. Com a contagem, os 62 períodos acabam em 171, quando a Judéia está dominada pelos seleucidas, e com seu monarca Antíoco Epífanes. Neste ano, o último Cohen-Gadol (Sumo Sacerdote) da linhagem de Aharon (Aarão) é abatido, e depois dele não houve outro. Mesmo nos tempos de domínio romano, em que supostamente viveu Jesus, os sacerdotes não eram desta linhagem, e o cargo era 'vendido', não se cumprindo mais a TORÁ, com relação a isso. Portanto, ao término da 62 semanas quem morre é o Sumo-Sacerdote Onias. No livro de 2Macabeus 4:30-38 vemos descrito seu fim.

"Mientras tanto, sucedió que los habitantes de Tarso y de Malos se sublevaron por haber sido cedidas sus ciudades como regalo a Antioquida, la concubina del rey. Fue, pues, el rey a toda prisa, para poner orden en la situación, dejando como sustituto a Andrónico, uno de los dignatarios. Menelao pensó aprovecharse de aquella buena oportunidad; arrebató algunos objetos de oro del Templo, y se los regaló a Andrónico; también logró vender otros en Tiro y en las ciudades de alrededor. Cuando Onías llegó a saberlo con certeza, se lo reprochó, no sin haberse retirado antes a un lugar de refugio, a Dafne, cerca de Antioquía. Por eso, Menelao, a solas con Andrónico, le incitaba a matar a Onías. Andrónico se llegó donde Onías, y, confiando en la astucia, estrechándole la mano y dándole la diestra con juramento, perusadió a Onías, aunque a éste no le faltaban sospechas, a salir de su refugio, e inmediatamente le dio muerte, sin respeto alguno a la justicia. Por este motivo no sólo los judíos sino también muchos de las demás naciones se indignaron y se irritaron por el injusto asesinato de aquel hombre. Cuando el rey volvió de las regiones de Cilicia, los judíos de la ciudad junto con los griegos, que también odiaban el mal, fueron a su encuentro a quejarse de la injustificada muerte de Onías. Antíoco, hondamente estristecido y movido a compasión, lloró recordando la prudencia y la gran moderación del difunto. Encendido en ira, despojó inmediatamente a Andrónico, de la púrpura y desgarró sus vestidos. Le hizo conducir por toda la ciudad hasta el mismo lugar donde tan impíamente había tratado a Onías; allí hizo desaparecer de este mundo al criminal, a quien el Señor daba el merecido castigo." Biblia de Jerusalém, versão em espanhol.

Inclusive, até mesmo o rei Antíoco Epífanes ficou chocado com a morte de Onias, que era devoto ao ETERNO, e chorou sua morte. Porém, a Escritura em Daniel diz que este mesmo monarca arrasaria a cidade e acabaria morto com uma inundação.

"por 1 período ele forjará pactos consistentes com os poderosos, e meio período ele abolirá sacrifícios e oblações. Abominações serão praticadas sobre as elevadas alturas, até que venha o extermínio , como já está decretado (26b), sobre seus perpetradores."
O Rei Antíoco, unido aos sacerdotes corruptos do Templo, e aos demais chefes de Judah, esquematiza uma 'pax', que o leva a uma aliança. Mas passados 3 anos e meio, ele quebra este pacto com os grandes e entra no Templo, profanando e instalando a abominação no Altar do ETERNO. Coloca a estátua de Zeus, e em todos os locais públicos de serviço ao ETERNO. Isso ocorre na época dos Macabim, grandes judeus que defenderam com a vida a honra nacional, e viram no ano 168 esta estátua de Zeus Olimpo colocada no templo do ETERNO. NO ano 173, Antíoco vindo de uma incursão no Egito, passando por Jerusálem trouxe muita revolta aos fiéis do ETERNO, mas fez a vontade do infiéis, que até ginásios lá construíram, e aceitaram a dita aliança, que em 170 foi subitamente quebrada. NO ano 167, os Macabim finalmente derrotam o exército Grego de Seleuco, e se firmam novamente como nação, fazendo a purificação do Templo e de todo o povo.As lutas continuaram até obterem a completa afirmação, que durou até 63, quando tropas romanas invadiram a Judéia, mas isso já fora das 70 semanas de Daniel. Este relato podemos ver no livro de 1Macabeus.
Portanto, a duração dos 490 anos se deram entre 607-117. Ela nos trás fatos isolados, que se dão a partir de uma mesma data, 607.
A unção de um mashiach-naguid, ou seja Ciro em 558, as 7 semanas;
Edificação de Jerusálem com seus muros em 434 anos, as 62 semanas;
a morte do ungido, o Sumo-Sacerdotes Onias em 171, depois das 62 semanas;
Entre os anos 173-167 o pacto de Antíoco e os Grandes, 1 semana.

I


70 PERÍODOS estão decretados sobre teu povo e sobre a cidade santa para dar por finda a transgressão, cessar o pecado, perdoar a iniquidade e promover a justiça eterna, confirmando a visão e a profecia, e consagrando o Santo dos Santos"
por finda a transgressão= quando Israel volta do Cativeiro de Babilônia, em 537;
cessar o pecado= 537
perdoar a iniquidade e promover justiça eterna (a justiça de sua palavra em Je 24)= 537
Confirmar a visão e profecia: Daniel viveu o tempo de Ciro e seu mandado (Dn 10);
Ungir o Santo dos Santos= na época de Judah Macabim, após derrotar Antíoco, no dia 25 de Kilev do ano 167.
Tudo ocorre dentro de 490 anos, porém os fatos são isolados, e não interferem em nada um no outro, ou seja, são tempo contados separados, a partir de uma mesma data, e não em sequência.

Bem, num próximo estudo, estaremos refutando as várias 'doutrinas' que tentam dar um outro sentido, fantasioso e mentiroso a estes textos sagrados.


70 Períodos são um conceito judaico de repatriação dos judeus.

Shabua tob!





sábado, 9 de outubro de 2010

As águas e o Dilúvio



Esta semana, depois das variadas festas, estudamos a Parashá Noach.
Depois da Criação, os homens perdem o contacto mais imediato com D''s, o Criador.
Mas, por que as águas foram o destino final daquela geração, que pela descrição da TORÁ era 'exclusivamente mau todos os dias'(Bereshit 6:5)?

Antes de colocar ordem na Sua Criação, as águas cobriam toda a estrutura universal. Sabemos disso pelo que diz o verso:
"E disse D''s: Haja expansão no meio das águas e que separe entre águas e águas! E fez D''s a expansão, e separou entre as águas debaixo da expansão e entre as águas de cima da expansão. E foi assim. E D''s chamou à expansão, céus. "
Bereshit 1:6-8a


As águas de cima, H'Shem as chamou de שָׁמָיִם (Shamaim). A palavra hebraica com a qual designamos céus é Shamaim.A que chamamos de água é Maim (מַּיִם).
Portanto, penso eu que realmente, quando H'Shem criou todas as coisas, as águas formam a primeira, aquela em que o contacto do CRIADOR, Bendito Seja, era real, como diz a passagem:

"E a inspiração de D''s movimenta-se sobre a face das águas"
Bereshit 1.2c


Bem, agora voltando no 'por que' de H'Shem ter destruído aquela geração num dilúvio.
Conta-nos o Midrash, que durante 10 gerações que deram povoação à terra, os homens idolatraram os astros celestes como se fossem 'deuses'. Sol, lua, estrelas, cometas.
Toda adoração a estes astros traziam cada vez mais insensibilidade e imoralidade aos habitantes da terra.
Foi então que H'Shem irou-se.

H'Shem, o verdadeiro Criador do universo, poderia ter castigado imediatamente os pecadores, mas não o fez. Aguardou, pois tinha esperança de que as pessoas se arrependessem de praticar a idolatria e servissem somente a um D'us único, reconhecendo Sua grandeza.
Porém, não foi o que aconteceu.

A geração em que Noach vivia era a mais baixa de todas: além de servir aos ídolos, seu comportamento imoral os rebaixou de tal modo que agiam como animais, e não como seres humanos criados à semelhança do Criador. Praticavam atos imorais, matavam e roubavam uns aos outros, não se importando com a vida nem com a propriedade alheia. Praticavam estes atos abertamente em público, pois não fazia diferença alguma, já que ao serem julgados em um Tribunal, o próprio juiz e testemunhas - por serem igualmente inescrupulosos - nem se davam ao trabalho de punir os culpados. O mais forte inibia o mais fraco, e este o mais fraco que ele, e assim em cadeias. Não havia ética alguma, desde o mais poderoso até o mais ínfimo ser-humano. Eram todos destituídos de um nível espiritual elevado.

H'Shem, então, se revela a um único Tsadiq (justo), um homem que era reto e temente ao Criador, que havia encontrado em sua descêndencia Adâmica o valor do Ciador:Noach.
Após longa detalhação de como faria para salvara a si e sua família através de uma Arca (Tevá), e sua contrução, que durou aproximadamente 120 anos (não me detalharei nisso), H'Shem envia então o Mabul, Diluvio.
Agora vem aquilo que gostaria de explicar. Por que com águas?
Uma das respostas é explicada através da seguinte parábola:

O midrash continua contando:

O rei e as pessoas mudas

"O rei estava de bom humor. Anunciou a seu ministro:

"Desejo alegrar algumas pessoas desafortunadas. Convide ao meu palácio um grupo de pessoas pobres e mudas. Trate-as generosamente! Dê-lhes comida requintada e vista-as lindamente."

O grupo de pessoas mudas foi convidado e todos passaram um tempo muito agradável. Jamais sonharam haver no mundo coisas tão prazerosas. Sua gratidão para com o rei não tinha limites. As infelizes criaturas não podiam falar, mas quando o rei passava, todos se levantavam e se curvavam, acenando com as mãos e mostravam a ele, na linguagem dos sinais, o quanto apreciavam o que estava fazendo por elas. Todas as manhãs, ao se levantarem, louvavam o rei na linguagem dos sinais.

O rei estava satisfeito por eles o honrarem deste modo. Estava tão contente que chamou o ministro e deu-lhe algumas instruções:

"Este grupo de pessoas mudas desfrutou de uma longa e agradável estadia em meu palácio. Despeça-os agora e convide em seu lugar um grupo de mendigos que falem. Eles louvarão meus atos nobres com palavras e não apenas com gestos e sentir-me-ei ainda mais honrado."

Então, um grupo de pessoas pobres e falantes foi convidado ao palácio e tratado com deleites que nunca haviam experimentado. Os mendigos estavam tão ocupados em divertir-se que esqueceram do rei a quem deviam sua boa sorte. Nenhum deles pronunciou uma palavra sequer de agradecimento e, quando o rei passava por eles, ignoravam-no completamente. Logo, os mendigos esperavam suas comodidades com naturalidade e exigiam prazeres como se lhes coubesse por direito. Certo dia, decidiram se apoderar do palácio e depor o rei. Enfurecido, este chamou o ministro:

"Expulse estes mendigos de meu palácio," ordenou ele. "Faria melhor convidando novamente os mudos; eles não podiam expressar sua gratidão com palavras, mas me honravam da melhor maneira possível. Estas pessoas falantes, porém, que poderiam me trazer tanta glória com o poder da fala, revoltam-se contra mim!"

A ordem do rei foi cumprida."

A chave para a parábola

Quando H'Shem criou o mundo, encheu-o com água. A água não podia louvá-Lo com palavras, mas fazia rolar suas ondas ruidosamente em alto e bom som, proclamando: "Como H'Shem é poderoso!"

H'Shem então disse:

"Se até a água canta Meus louvores, imagine o que farão os seres humanos que podem pensar e falar!"

Então o Criador removeu a água para os oceanos. Na terra seca, criou seres humanos dotados de inteligência. Porém, ao invés de louvar ao CRIADOR, revoltaram-se contra Ele, cometendo pecados. Ao invés de usar o cérebro e o poder da fala para objetivos positivos, tramavam atos maus, difamaram, insultaram e injustiçaram-se uns aos outros. Todas as gerações depois de Adam foram igualmente perversas. D'us observou seus atos tornarem-se cada vez piores e disse:

"Vou livrar-Me desta gente e trazer de volta a água que estava na terra no início da Criação. A água não pode pensar e nem falar, mas louva-Me, enquanto que as pessoas Me enfurecem com seus atos vis!"

Por esta razão, D'us trouxe o dilúvio à Terra, eliminando os perversos.



Águas, sinal de Renovação

Somente as águas podem trazer de volta a intimidade com H'Shem. A Tradição Judaica, deste tempo muito remoto sabe disso, que são as águas que revigoram nossa alma com o Todo-Poderoso. Através de um banho ritual, num Micvê apropriado, restauramos esta ligação.

Um camelo pode ficar dias sem beber águas, no entanto, quando toma novamente pode ingerir até 140 litros de água em 10 minutos. Quando vemos um camelo com as corcóvas baixas, tipo magras, é porque está desidratado, porém quando 'mata' sua sede, elas se revigoram, e ficam cheias novemente.

Assim, as águas revigoram tudo, porque necessitamos dela, tanto físico, como espiritual.

Pelo Mabul, a terra foi revigorada, e através de Noach a nova humanidade estava prestes a receber uma aliança. Creio eu, que H'Shem não quiz ,simplesmente, de forma aleatória destruir o mundo, e sim revigorá-lo, porque daquele dia em que Noach desceu da Tevá, o mundo foi outro. Haveria leis que conduziriam seus servos, o que depois culminou com o chamado de Abraham Avinu.

Estas leis são as chamadas SETE LEIS DOS FILHOS DE NOACH.
Breve falarei disso.

O que fica agora é isso: As águas são regeneradoras em todos os tempos. H'Shem disse:

"Não tornarei a ferir todo [ser]vivo como fiz [no Mabul, com águas]"
Bereshit 8:21c

Se no Mabul, os humanos, através de Noach tiveram uma renovação (a aliança Noética), os judeus tem sempre consigo seu 'pequeno mabul', chamado de MICVÊ.


Usar as águas como fonte renovadora é um CONCEITO JUDAICO



2 de Cheshvan de 5771 da Criação!

sábado, 21 de agosto de 2010

Pirke Avot פרקי אבות

פרקי אבות, literalmente, Capítulos de Avot. Avot, é o nome dado a uma seção do Talmud, dentro do tratado de Mishná, o grande compêndio e Sabedoria Judaica.

Bem, mas e o que é a Mishná?
É um clássico da literatura rabínica, crença fundamental do judaísmo histórico, que a TORÁ nos foi dada no Sinai. Moshê a recebeu de H'Shem, o Todo-Poderoso, ensinou a sua mensagem e a entregou a nós, seu povo.
A TORÁ é constituída de duas partes primordiais: A 1ª delas, o CHUMASH (5 livros de Moshê), chamada de TORÁ SHEBICHTAV, a Torá escrita. A 2ª é chamada de TORÁ SHEBEALPÊ, a Torá oral.
A TORÁ SHEBEALPÊ não deveria ser escrita; era ensinada oralmente, como complemento da Torá escrita.

Moshê ensinou o sagrado Livro da TORÁ, acompanhado por suas interpretações, a seu discípulo Yehoshua (Josué). Este ensinou-a aos Anciãos e eles, por sua vez, ensinaram-na a outros. Tudo que era transmitido oralmente, deveria ser repetido e repassado muitas vezes, assugurando-se que assim nada seria esquecido. Esta prática recebeu o nome de MISHNÁ, palavra que significa um conjunto de ENSINAMENTOS e INSTRUÇÕES.

A MISHNÁ tornou-se a Tradição Oral, transmitida pelos mestres aos alunos, de geração em geração. Desde o início era proibido compilar por escrito qualquer parte desta Tradição Oral, por 2 motivos.
1º, para que mestres e alunos se empenhassem a fundo, sempre por muitas horas, de modo a assegurar que tudo fosse perfeitamente lembrado e minusciosamente compreendido. Estes ensinamentos somente existiriam na mente , na memória, no entendimento dos sábios e dos eruditos.
2º, temia-se que, se a TORÁ Oral viesse a ser transcrita, as pessoas passariam a pensar nela como parte integrante da TORÁ SHEBICHTAV e começariam a tratá-la como tal. Isso produziria uma grave distorção, já que ambas são de natureza a caráter completamente diferentes, e desta maneira devem ser encaradas dentro da normas do Judaísmo.

Porém, há cerca de 1700 anos atrás, Rabi Yehudá HaNassi (o Príncipe), Superior do Bet Din, o Tribunal Máximo Judeu, e chefe do Povo de Israel, verificou que era grande a turbulência vividas na época, e com isso não era mais adequado aos professores e alunos estudar e memorizar a grande Tradição Oral. Antes que fosse completamente esquecida, RAbi Yehudá decidiu, junto com os Anciãos transcrevê-la. Assim nasceu a MISHNÁ, e esta é estuda até hoje.
Esta 'violação' do que os Mestres diziam não poder ela ser transcrita foi apoiada por um versículo(Salmo 119:126), e com isso melhor escrevê-la que "permitir que a TORÁ fosse esquecida pelo povo de Israel"
As gerações posteriores ao rabi Yehudá discutiram o conteúdo da MISHNÁ, e estes comentários e interpretações deram origem à GUEMARÁ. Ambas as obras, MISHNÁ e GUEMARÁ, formam o TALMUD.


Bem, a MSHNÁ está dividida em 6 seções. A 4ª seção, chamada de Nezikin, é a que inclui o tratado AVOT, sobre valores éticos e conduta moral.
O nome AVOT, significa, literalmente, PAIS. Escutar os 'pais', implicita aceitar os ensinamentos mais tradicionais transmitidos pelos sábios de mente para mente, de coração a coração, desde o Sinai.
Assim, este tratado moral nos tráz a essência dos ensinamentos éticos de vários mestres judeus. Uma continuidade entre mestres e discípulos, que tornando-se mestres continuam a ensina numa cadeia interminável.
Assim, a cada passo, aprenderemos mais sobre a clareza da TORÁ Oral, em comparação com a TORÁ escrita.

Pirkê Avot, ou Capítulos dos Pais, nos dará um oportunidade de voltar às práticas antigas de conhecimnto vivencial, e não apenas dentro de 4 paredes duma sinagoga, ou casa de estudos.

Em próximos Temas, trataremos desta obra milenar, com a s palavras dos maiores ensinadores do povo judeus, os Sábios.

Shalom Alekhem u'Shabua tob!
12 de Elul de 5770, da Criação

sábado, 14 de agosto de 2010

O Pecado no Éden

Esta é uma das questões que mais embaraço encontra uma pessoa não-religiosa, e que uma pessoa religiosa se esforça em não entrar no rol: O PECADO ORIGINAL
Bem, o texto mais mau-entendido para se iniciar uma suposta 'doutrina do pecado original', o qual supõe que todo ser humano, nascido depois de Adam e Chavá (Adão e Eva), tem este, digamos, selo, em sua alma, em seu ser. Mas, seria isso uma verdade, um CONCEITO JUDAICO?

Esta doutrina do pecado original ensina que, pelo fato de Adam e Eva terem pecado no Jardim do Éden, estes trouxeram a morte a todos os seus descendentes. Segundo este ensinamento, todos os humanos morrem porque Adão pecou ao comer de um fruto que H'Shem os havia proibido de comer. Segundo um livro profano, porque Adão comeu de tal fruto, a morte entrou no mundo. Com este pecado, todo homem deve pagar com a morte, algo INCONCEBÍVEL dentro da TORÁ e de toda a estrutura judaica.

"E ordenou o ETERNO D''s ao homem, dizendo: 'De toda árvore do jardim podes comer.
E da árvore do conhecimento do bem e do mal, não comerá dela; pois no dia em que comeres dela, morrerás".
Bereshit 2.16,17


H'Shem deu uma ordem, dizendo que não se comesse daquele fruto. Analisando inicialmente estes passukim (versos), há uma declaração: "De toda árvore do jardim podes comer". Havia autoridade do homem comer daquele fruto sim, porém não naquele momento, pois em seguida H'Shem dá outra ordem: "E da árvore do conhecimento do bem e do mal, não comerá dela". Que isso significa? Que D''s não queria que seus filhos tivessem conhecimento daquilo que ELE tinha em mente? Mas, antes, ELE, disse que, SIM, poderia comer de todas as árvores. Seguindo este elemento, H'Shem daria a comer também da Ets haDaat Tov vaRá, a Árvore do Saber do Bem e do Mal. Porém, não naquele momento, pois "E da árvore do conhecimento do bem e do mal, não comerá dela". Bem, aconteceu que Eva, seduzida pela sua própria vontade, e astúcia de uma serpente falante se deixou a esquecer da ordem do Superior, e acabou cedendo:

"E viu a mulher que boa era a árvore para comer e que desejável era para os olhos e cobiçável a árvore para entender, e tomou do seu fruto e comeu; e deu também a seu esposo, com ela, e ele comeu."
Bereshit 3.6

A mulher, impelida pela sua livre arbitrariedade, ou seja, pela sua livre decisão de fazer ou não, resolveu que podia comer, mesmo sem a permissão, anteriormente, ordenada. Quem recebeu tal mandato foi o Ish (Homem), quando, antes da criação dela, ouviu com bons ouvidos (Bereshit 2.16). Comendo, e dando ao seu esposo, teve algo que ainda não havia 'lutado' por obter: O CONHECIMENTO DO BEM E DO MAL, contidos dentro deste fruto. Criados com a liberdade de escolhas, poderiam ter continuado por mais tempo sem desobedecer. Eles não eram seres autômatos, como os anjos, mas seres que podiam decidir, sem conhecimento de causa, mas poderiam decidir. H'Shem, como prova de observância, lhes proibiu que comessem tal árvore. Poderiam ter se saído bem, mas...

Bem, comeram e o fato estava consumado. Uma árvore madura, em que não precisaram 'suar' para que houvesse ali frutos. Comparemos a uma criança recebe de seus pais a comida excelente, sem precisar trabalhar para se sustentar. Assim, H'Shem separou no Éden um jardim. Este era composto de tudo de bom para sua maior criação: o HOMEM. Poderiam comer de tudo menos de uma. Esta era a única observância. Mas, comeram.
Com isso, houve a primeira transgressão, o primeiro pecado, e foram ( de certa forma dura) expulsos daquele paraíso aqui na Terra.



Agora entramos no caso do Tema desta semana: PECADO ORIGINAL É CONCEITO JUDAICO?
A grande maioria dos religiosos afirmam que o ser humano morre porque Adam pecou no jardim do Éden, e isso foi 'herdado' pelos seus descendentes. Seria isso VERDADE??
O homem foi formado nesta terra para que cuidasse dos bens que H'Shem criou.
Como explicado em outro Tema aqui neste blog (http://conceitosjudaicos.blogspot.com/2010/07/o-homem-e-imortal.html), o homem foi feito MORTAL. Nunca houve imortalidade em sua formação terrena.
Adam, 'nasceu', para um dia morrer ou não. Isso dependeria. MAs que era mortal em sua carne é inegável.

A TORÁ ensina que o homem comeu do fruto consciente do que lhe ocorreria. A morte indicada pela palavra de D''s foi muito bem entendida. Quando ele recebeu a exclusão do jardim do Éden, ali acabou sua existência eterna que seria advinda do comer da Árvore da Vida. Estava fadado a morrer. Foi pela atitude de comer a árvore que ele foi expulso? Não, mas por outra coisa pior que poderia acontecer: comer da Árvore da Vida. Foi por este motivo que ele foi expulso do 'Paraíso'. H'Shem os expulsou para que não se tornassem imortais. Contudo, não levaram em sua gene a 'semente' do pecado, como insinua o dito livro profano. Mais adiante, em Bereshit 4, vemos claramente o ensinamento da TORÁ, de que o homem não nasce com pecado algum. O relato da morte de Hável (Abel) por seu irmão Cain, mostra esta atitude humana, e seu interior:

"E irou-se Cain, muito, e descaiu-lhe o semblante. E disse o ETERNO a Cain: 'Por que te iraste e por que descaiu o teu semblante? Porventura se podes bem suportar (ser-te-ás perdoado), e se não, na porta jaz o pecado; e a ti (fazer-te pecar), é o seu desejo (do mal impulso), mas tu podes dominá-lo"
Bereshit 4. 5b-7


A TORÁ é precisa em detalhes: 1º Cain IROU-SE, 2º irou-se MUITO, 3º ficou sem controle e DESCAIU O SEMBLANTE.
Deste detalhe, nada sugere uma ação de fora para dentro, muito pelo contrário. Cain mostra toda sua fúria, e isso vem de dentro (irou-se) para fora (descaiu o semblante). Que havia dentro dele? Este passuk nos remete ao fato anterior, daquilo que podemos chamar de 'cair em pecado', ou seja, quando ele assassina seu irmão(Bereshit 4.8)

Em seguida à concepção da ira interior, de total responsabilidade de Cain, H'Shem continua a persuadí-lo a que DOMINE seu instinto.
"Porventura se podes bem suportar (ser-te-ás perdoado), e se não, na porta jaz o pecado; e a ti (fazer-te pecar), é o seu desejo (do mal impulso), mas tu podes dominá-lo"

Nesta porção da palavra de H'Shem a Cain, vemos que a tentativa de ceder o perdão, pelo pensamento, ou seja, o impulso do coração de Cain, para o mal, antes que ele viesse a se concretizar. Por que seria perdoado, se não tivesse ainda feito tal delito? Porque todo ato, se inicia antes de tudo dentro de nós. Quando Eva foi comer da árvore, ele teve dentro de si este desejo. A serpente foi um desvio de conduta, que aprovou aquilo que ela queria.

Porventura se podes bem suportar (ser-te-ás perdoado)
Se o homem conseguir bem suportar a sua ânsia pela maldade que instiga, certamente será perdoado pelo Criador. Mas, por que H'Shem perdoaria a Cain, sendo que o mal seria feito a seu irmão? Pelo fato da não consumação, porém assim mesmo, Cain teria como que por obrigação pedir perdão pela 'arquitetura de morte' ao seu irmão, sendo assim reconciliado. A TORÁ ensina que aquele que aquele que comete uma transgressão deve pagar sua pena. Sendo assim, Cain, e somente ele deveria pagar pelo pecado que cometeria adiante. Aliás, aqui está pela primeira vez a palavra pecado, e saindo da Boca de H'Shem.

e se não, na porta jaz o pecado
Vejam que o pecado está próximo de ser materializado, pelo pensamento do homem. Ele está ali, bem perto.
Havel, recebe o convite. A intenção de Cain, de tirar-lhe a vida, está para se apresentar em forma de uma fúria destrutiva, tanto da vida do Tzadiq Havel, como de uma posteridade inteira, de Cain. Se ele pudesse só mais um pouco suportar esta ira, estaria perdoado por H'Shem (pois não houve consumação), mas se não, o pecado que estava em seu interior seria materializado em forma de morte. Não que se ele estivesse no Éden estaria fora de perigo. Ele, como seus pais tinham livre-arbítrio, então, poderia ter decidido matar seu irmão mesmo estando lá dentro. A TORÁ não menciona qual a situação do rancor e inveja. Apenas que a situação chegou ao limite quando ambos ofertaram suas dádivas a H'Shem. Nem nos conta qual foi a conversa deles no campo.

e a ti (fazer-te pecar), é o seu desejo (do mal impulso)
Aqui, mais uma vez percebemos que não há ação exterior alguma. A concepção de matar o seu irmão estava ganhando uma dimensão fora de controle. Cain não havia nascido com pecados, porém estava desejando um, pois a TORÁ declara veementemente e a ti (fazer-te pecar), é o seu desejo. O desejo pelo pecado. O desejo por fazer o que é mal. Isso está declarado. Não há figuras mitológicas agindo em volta de Cain. Ele, após atos de extrema fixação nervosa parte para a finalização de seu desejo,

mas tu podes dominá-lo
H'Shem diz que ele pode sim, dominar este impulso para o mal. O pecado que está defronte pode ser desviado, e assim acabar por se destruir este mal pensamento. O auto domínio do ser humano é eficaz para que se obtenha vitória sobre o instinto próprio de uma 'defesa' através da fraqueza psicológica. Ao admitir que poderia causar mal ao seu irmão, coisa que jamais veio junto de seu espírito ao nascer, Cain tem também a alternativa de suportar e dominar a reação transgressiva da vida de outrém. Antes de descer à cova, na morte, o homem tem a oportunidade de controlar, e dominar seu instinto do mal. Quando a TORÁ descreve 'o pecado jaz a porta', é como se a cada passo que damos, há chances de sucumbir a esta estrutura criada dentro de nós mesmo.

Dentro do Judaísmo chamamos isso de Ietzer haRá, Inclinação ao Mal. O oposto é Ietzer haTóv, Inclinação ao Bem.
Assim, cremos que nada fora do homem pode agir para que ele seja bom ou mau, a não ser o meio ambiente e as coisas por ele mesmo interpretadas. Não é uma luta dentro de nós, e muito menos uma batalha travada entre o Bem (D''s) e o Mal (diabo). São, isso sim, tendências que podem ou não vir a ser concluídas.



"E disse Cain a Havel, seu irmão, e sucedeu que, estando eles no campo, levantou-se Cain contra Havel, seu irmão, e o matou."
Bereshit 4.8
Com esta passagem, tivemos em conta o primeiro assassinato humano. Cain disse algo a Havel, e nisso houve uma discussão, e como estavam em local afastado, no campo, Cain se mostrou tão violento, que lutando contra seu irmão, o matou. A TORÁ, num único versículo, falando apenas de duas pessoas, faz questão de mencionar duas vezes que Havel era (de Cain) seu irmão. Isso nos mostra que um ato desumano sempre será contra duas pessoas distintas: contra o homem, criatura feita para que dominasse a terra e as outras criaturas inferiores, e contra H'Shem, o Criador e doador de vidas. Ora, sabemos que Havel era seu irmão, porém para destacar a crueldade do instinto ao mal do homem, ela destaca bem aparente que ele era SEU IRMÃO.


Que há de original nos dois primeiros atos de transgressão?

O homem pecou no jardim do Éden. O homem pecou fora dele. Havia sempre dentro do homem, em sua essência, o gosto pela liberdade. Sendo único responsável por seus atos, ele resolve que deve tomar suas próprias decisões. Come quando não era para comer. Mata quando não era para deixar o pecado se revelar.
Quando come, ele se torna conhecedor. Quando peca, se torna um arrependido. Como toda criação de H'Shem, o homem é bom. Ele tem estas tendências, porém é bom (Bereshit 1.31). Se o homem se arrepende de seus atos contrários à Sabedoria da TORÁ ele será recebido de braços abertos (Ezequiel 18). Se puder suportar, será perdoado.
O homem não nasce pecador, e a doutrina de pecado original é uma ofensa ao espírito da Criação. O homem não herda pecado algum de Adam, nem a morte é por causa de Adam. Poderia sim, se Adam não tivesse desobedecido, que fôssemos imortais, mas, como ele não cumpriu a única mitzvá que lhe foi dada, apenas continuou aquilo que já era: mortal. Não podemos reclamar por algo extra que poderíamos ter nas mãos.
O profeta I'shayahu nos mostra com simplicidade que uma criança não sabe discernir nada. Ela não herda pecado original algum (Is 7.16).

Temos em nossa vida duas escolhas: o Bem e o Mal. Ninguém, senão nós mesmos pode decidir. Ou se faz o Bem, o qual a TORÁ é a dádiva, ou se faz o Mal, ignorando a mesma TORÁ.

A Escritura do tanakh diz:" A Alma que pecar, esta morrerá."(Ez 18).
Não diz: a Alma que nasce pecadora e pecar, esta morrerá.

Portanto, o ensinamento dum livro profano que diz que por um homem (Adam) o pecado entrou no mundo, e com isso todos herdam este pecado e por isso pecam e morrem por causa do pecado de Adam, é MENTIRA. Não é conceito dentro da TORÁ.
PECADO ORIGINAL NÃO É CONCEITO JUDAICO.

Shalom Alekhem!
5 de Elul do ano 5770 da Criação


sábado, 31 de julho de 2010

Samuel apareceu ao Rei Shaul, SIM.

Muito se tem falado nas religiões que usam o Tanakh (velho testamento entre eles) de que um dos textos que podem dar sustância à 'doutina de demônios' é Shemuel alef 28 (1ª Samuel).
Porém, como já temos visto por aqui mesmo, não há evidência alguma que possa dar este crédito aos ensinos neo-testamentários.



" ELOHIM Rayti Alim mim haaretz"

PODEROSOS vem subindo da terra"

Esta é a palavra que a mulher necromante fala ao rei, quando vê algo 'estranho'.

Nada em hipótese alguma se referindo a 'anjos decaídos', ou alguma forma espiritual demoníaca.
Sabemos, e já estamos cansados de saber, que ELOHIM significa "poderes, forças, autoridades,
aquele que detêm estes ELOHIM, PODERES.

Anjos são chamados de Elohim, assim como os juízes de Israel o são.

Ela também não se refere a um 'deus', mas vê realmente que um poder alheio ao seu conhecimento vem a ela. Uma pessoa que está 'acostumada' a evocar 'diabos, demônios', de forma alguma se espantaria em ver aquilo que todos os dias 'chama' ao seu convívio natural, pela sua profissão.

Logo, tanto Shaul ouve a vós de Shemuel, como a mulher vê ao mesmo profeta, morto a muitos dias. É Shemuel realmente que aparece, e não um demônio, aliás o único que defende tal tese é o cristianismo e suas religiões adjacentes.


Como entender?
Nosso entendimento de que é realmente Samuel, se inicia antes.

Por que o Eterno, em sua TORÁ nos proíbe evocar mortos? Será que há proibição a coisas que não existem?

Vejamos que nos diz:
"Não se achará entre ti quem faça passar seu filho ou sua filha pelo fogo (esh), nem agoureiros (qossem qessamim), nem prognosticadores (onen), nem adivinho (nachesh), nem feiticeiro (kashf), nem encantador de animais (chober chaber), nem necromante (ov)ou Ydeonita (Ydeoni), nem quem consulte os mortos (dor'sh el ha motim)...Quanto tu fores à terra que o Eterno, teu Elohim te dá, não aprenderás a fazer segundo as abominações daquelas nações...porque é abominável.."

Devarim 18:10.11.9.12


Todas estas práticas eram provenientes das nações que estariam de frente com Israel, abomináveis ao Criador, porém PRATICADAS.
H'Shem, então, em suas instruções a Moshê para o povo Israelita, destaca esta erradicação, e sua conseqüente extinção de Erets Israel. E realmente vemos que foram extirpadas, quando Shemuel alef (1ª Samuel) relata:

"E Shemuel morreu, e todo Israel havia pranteado-o, e sepultado-o em Ramá, na sua cidade, e Shaul havia expulso as necromantes e os ideonitas da terra." Shemuel alef 28:3

Ora, não havia porque se relatar isso, de que Shaul expulsara os necromantes, sem a real relação deles com o que aconteceria ali, mais à frente: A EVOCAÇÃO DO MORTO SHEMUEL.

"E Shaul disse aos seus servos: buscai-me uma necromante , para que eu vá e
a consulte...'eis que há uma necromante em En-Dor..." 1 Sh 28:7.


Mas, como Shaul pede que seus servos encontrem uma necromante? Parece que Shaul tinha conhecimento de que poderia se consultar os mortos de alguma forma, ainda que fosse contra as instruções de H'Shem. Estava em desespero, com certeza, pois como já sabemos nada mais vinha de H'Shem, para saber como agir. Nem Urim, nem profetas, nem sonhos, nada. Isso o motivou a se rebelar contra Aquele a Quem ele procurava, a se rebelar contra a TORÁ. Ele parte para usar o que é proibido. Se há proibição, há também a matéria a que se proíbe, ou se exerce esta proibição. Se é proibido consultar mortos, é porque mortos podem aparecer. Logicamente há uma punição, e esta é a morte, o que realmente aconteceu. Morreu pela transgressão de evocar mortos, não de evocar demônios (se bem que antes fizera outras transgressões).

Bem, vamos entrar em toda história relatada acerca deste 'mistério':


" Shaul se disfarçou, e vestindo outras roupas, foi junto com dois outros homens, e vieram à mulher de noite, e disse: Rogo-te que me adivinhes pela necromancia e me faças subir aquele que eu te disser." 1Sh 28:8
O disfarce, como se pudesse esconder-se do Criador, e vai à noite, sinal óbvio de um pecado a se revelar. Disfarçado, e às escuras, logo não foi reconhecido pela necromante, que disse:

"Tu bem sabes o que Shaul fez, e como exterminou da terra os necromantes e ideonim, por que então me armas um laço à minha vida, para causar minha morte?" 1Sh 28:9
Ela estava 'inativa', e custa a atender o pedido do 'cliente', que está pulsante de medo e de angústia. Na realidade, ela se escondia, para não ser acabada, como prevê a TORÁ. Talvez há algum tempo não fazia suas previsões, não sabemos. No entanto, Shaul jura pelo NOME, que nada aconteceria a ela, que então indaga:

"A quem farei subir (Alah) para ti?, e ele disse: Faze subir a mim (Alay)Shemuel".1Sh 28:11
Notemos que o uso do verbo Aliah (subir), é usado tanto pela NECROMANTE como pelo Rei.
Mas, subir de onde? É aqui que entra o suposto pensamento de que serIa um demônio (subir do inferno cristão). Mas, como sabemos, o sheól se encontra num nível (ao ser humano) abaixo da realidade. Quando alguém morre, ele desce ao Sheól, o local espiritual onde se encontra os mortos.
Então, tanto ele quanto ela tem a mesma disposição: fazer subir do sono da morte a Shemuel.

Porém, antes que qualquer movimento da parte da necromante possa ser feito em relação a evocar o falecido profeta, ele aparece, como num repente:


"A quem farei subir para ti?, e ele disse: Faze subir a mim Shemuel. E a mulher viu a Shemuel, e gritou em voz alta, e falou a Shaul e disse: 'Por que me enganaste? Tu és Shaul!"1Sh 28:11.12

Somente o Rei lhe dissera o nome da pessoa, Samuel aparece, sem que a necromante o evoque. Um claro sinal de que o Eterno proveu esta aparição, não pela necromante, mas pela Ietser hará (inclinação ao mal) do próprio rei Shaul, que teve no âmago de seu ser a vontade de transgredir uma mitsvá (disfarçado e de noite), indo fundo em seu plano irracional de obter vitória sobre os filistim. A mulher nota esta aparição apavorante, pois não mexera os lábios, ou feito ritualística alguma e aparece o ser, um homem conhecido de todos: o Profeta Samuel.

Nada de demônios, mesmo porque a Tanakh é clara:"E a mulher viu a Shemuel..". Não nos diz: ' e a mulher viu a um demônio disfarçado de Shemuel', como nos relata que o Rei Shaul, este sim, foi disfarçado.
Ela viu e gritou, pois naquele momento que reconheceu a Shemuel, viu também que aquele desprezado do Eterno estava ali, junto dela, e se apavorou, pela sua vida. Ela gritou, pois jamais imaginaria que o homem que desterrara todos os adivinhadores lhe pediria para evocar o maior Juiz que Israel já teve.

"E o rei lhe disse: 'Não temas. Mas o que viste?' e a mulher disse a Shaul:' Poderosos vem subindo da terra'. E ele lhe disse:'Qual a sua aparência?' e ela disse:' Está subindo um homem velho (ancião), envolto num manto', e Shaul soube que era Shemuel, e inclinou com o rosto em terra e prostou-se." 1Sh 28:13.14
O rei a adverte que não temas, pois sua razão de estar ali era maior que a de cumprir a TORÁ (eliminando ela). Ela nitidamente fala que vê PODEROSOS subindo, e depois que UM HOMEM VELHO vem subindo. Ora, num primeiro momento ela vê subindo PODEROSOS, leia-se aqui ELOHIM, depois ela vê subindo um HOMEM VELHO, leia-se aqui ISH ZAQEN, o que a este momento de relato o rei soube que era Samuel. Somente quando ela relata que era um Ish Zaqen, Homem Velho, Ancião, o rei soube ou entendeu que Shemuel estava subindo. Quando ela relata que ELOHIM ALYIM (Poderosos subindo) no verso 13, Shaul nada comenta, mas quando fala no verso 14 do Homem Velho, ele entende ser o Profeta, ao qual ele queria. Mais uma vez coloco: ELA NÃO O CHAMOU, ELA NÃO O EVOCOU.
Mas, quem são os ELOHIM ALYIM, os poderosos que subiam? Certamente não eram homens comuns, pois ao profeta ela chama de ISH, homem. Muitos defendem ser espíritos familiares, demônios, porém sabemos que anjos (Malakhim) são chamados de Elohim nas Escrituras, mas não vemos uma única vez demônios (será que existem desta forma cristã?) serem assim chamados. Deuses de outras nações, aqueles que não falam e são obras de artífices são assim chamados, mas ainda não ví 'demônios' o serem. Satan, o Malakh do Eterno, MENSAGEIRO da ira, anjo da morte, catástrofes (que não é demônio algum) é elohim, assim como Mikhael, o Malakh do Eterno e príncipe de Israel, também é elohim.
Bem, continuando:

"E Shemuel disse a Shaul: 'Por que me inquietaste, fazendo-me subir?' E
Shaul disse: 'Estou muito angustiado porque os filistim estão fazendo guerra contra mim, e D’’s se desviou de mim, e não me respondeu mais, nem pelos profetas nem por sonhos. Por isso te chamei, para me fazer saber o que devo fazer'. E Shemuel disse: 'Por que me perguntas? H'Shem Se desviou de ti e Se tornou teu inimigo, e H'Shem te fez conforme falou através de mim, pois H'Shem rasgou o reino de tua mão e o deu a teu próximo, a Dauid, portanto não destes ouvidos à voz de H'Shem e não executaste o furor de Sua ira contra Amalekh, por isso H'Shem te fez assim hoje. E H'Shem entregará também a Israel contigo na mão dos Filistim,e amanhã tu e teus filhos estarão comigo, também o acampamento de Israel H'Shem entregará na mão dos Filistim."1Sh 28:16:19

1º Shemuel foi inquietado, acordado do sono da morte, por Shaul. O que apareceu ao rei foi realmente um 'fantasma', lógico, pois o corpo de Samuel estava em decomposição. O Aspecto corpóreo que Shaul poderia reconhecer apareceu como um fantasma, ou espírito;

Shaul estava angustiado pela derrota certa, pela falta de H'Shem;

Ele evocou ao profeta por este motivo (a guerra);

Não precisava ele evocar a Samuel, pois tudo que caberia a ele já estava anunciado, inclusive a perca do trono, pois H'Shem havia feito como dissera a ele através de Shemuel;

Estaria ele e seus filhos com Samuel, no dia seguinte, ou seja: Onde estava Samuel? Morto, no Sheól. Assim estaria Shaul e seus filhos;

Israel seria entregue a Filistia, seria derrotado.


Em momento algum, as Escrituras mencionam que era um demônio disfarçado. Sempre estão a relatar que é Samuel, e o fazem 2 vezes, quando trazem em hebraico VAIOMER SHEMUEL: (E DISSE SAMUEL:).
Seu nome como prova de que é sua pessoa que aparece é falado 5 vezes, desde que sobe do Sheól.
A mulher o vê.
Shaul, pela descrição soube que era ele,
e no verso 20 a própria Tanakh 'bate o martelo', dizendo:

"Imediatamente Shaul caiu estendido na terra, e estava com muito medo
por causa das palavras de Shemuel, e também não havia nele força, pois não tinha comido nada durante todo o dia e a noite" 1Sh 28:20
Estava com medo por causa das palavras de Shemuel. De Shemuel, não de demônios.

Amigos, se não fosse possível evocar mortos, o Eterno, Bendito seja Ele, não nos daria tal preceito. As nações ao redor faziam isso, se obtinham sucesso, eu particularmente não sei. Porém Ele proibiu, e toda proibição acarreta em penas, se não obedecida.
Outra, se ele fala de morto, é de uma pessoa, e não vi até hoje a Tora dizer que morto é demônio. Ou que seja proibido evocar mortos porque aparecem demônios.
É uma falsa teoria, que está enganando muitos, e fazendo de um grande Servo de H'Shem, Shemuel, um 'demônio'.

Shemuel foi inquietado, foi acordado do sono da morte, mas sabemos que somente o PAI, pode despertar alguém, logo a ietser hará de Shaul foi atendida, para desgosto e morte da casta do rei. H'Shem não transgrediu seu mandamento. Mas, assim como Yob foi ferido em sua família, e em sua saúde por haSatan, Shaul também foi ferido por Vontade Elohut (divina).

Infelizmente a desautorização religiosa po~e nos pensamentos de milhares de pessoas uma falsa teoria, que é acreditada profundamente. Mesmo a descriçã ser tão perfeita, insistem em dar outro rumo à aparição. Dizem que ra um espírito de engano, um demônio, mas não há nada relatado quanto a isso.

Devarim 18:11.12.14 (Deut)
"...nem encantador de animais (chober chaber), nem necromante (ov) ou Ydeonita (Ydeoni), nem quem consulte os mortos (dor'sh el hamotim), porque é abominável à HASHEM todo aquele que faz estas coisas, e por causa destas abominações,HASHEM, teu Poderoso,os desterra de diante de ti... Porque estas nações (hagoyim) que hás de herdar ouvem os prognosticadores e os agoureiros; mas quanto a ti, HASHEM, teu Poderoso, não te permitiu tal coisa"

O denominador comum de todas estas práticas era a tentativa de previsão do futuro, ou mesmo de saber o que estava oculto, e somente o maior dos elohim, PODEROSOS, poderia saber: HASHEM.

Os encantadores estavam por todo Egito, assim como os Yideonita (muitas vezes traduzido como mágicos), que usavam um osso de animal chamado de Yedúa, o qual colocando na boca faziam suas advinhações. Yisrael, em sua Galut, diáspora, por lá, conheceram estas obras.

Um dos motivos que HASHEM teve para expulsar estas GOYIM (nações) de diante de Yisrael foi o fato delas terem todas estas ocupações esotéricas e estranhas ao verdadeiro serviço que ELE deseja receber/ter por parte dos homens.

Interessante, que estas práticas eram de fácil aceitação entre eles, na realidade de seus acontecimentos, já que no mesmo texto podemos receber claramente uma resposta de HASHEM quanto a isso:

"Porque estas nações (hagoyim) que hás de herdar ouvem os prognosticadores e os agoureiros;
Eles ouviam aos seus mestres espirituais, e com isso continuavam seguindo em seu enganoso sistema de adoração de ídolos vagos, que na verdade não tem força alguma, como sabemos pela boca dos profetas, nas ESCRITURAS.

Porém, ao Povo escolhido, HASHEM nos dá esta ordem:
"mas quanto a ti, HASHEM, teu Poderoso, não te permitiu tal coisa"
"Não te permitiu tal coisa.

Opa, agora surgiu uma luz: se a Yisrael, HASHEM não estava permitindo, é porque às nações era sim permitido..
Aqui, entra a compreensão, de que o texto de Shemuel se refere ao próprio profeta.
Não estou fazendo apologia ao espiritismo, mas sendo realista com a VERDADE da TORAH de HASHEM, entregue ao seu povo Separado.

Os povos estão iludidos não pelos 'demônios', nem por 'satanás', figuras estranhas ao TANAKH (Escrituras Hebraicas). Eles estão numa permissão que HASHEM dá para que com seu mesmo engano se tornem aquilo que tem dentro de si, e não se convertam Àquele que os pode salvar.

"Não te permitiu tal coisa"
Yisrael, não tinha esta permissão, assim como estava sem permissão de comer certos animais impróprios para consumo, assim como estava sem permissão de se casar com não-israelitas, entre outros.
Mas, que acontecia: comeram animais impróprios, casaram-se com estranhos ao povo, e evocaram mortos (aqui falamos de Shemuel)

Que foi que o SUPREMO ordenou?
"nem quem consulte os mortos (dor'sh el hamotim), porque é abominável à HASHEM todo aquele que faz estas coisas,... mas quanto a ti, HASHEM, teu Poderoso, não te permitiu tal coisa

Mas, o Rei Shaul não deu ouvidos à TORAH, não deu ouvidos a HASHEM.
Antes, preferiu seguir o caminho das nações, indo à mulher em En-Dor. As práticas, estão ao critério de HASHEM. Ele permite, ou não. Aqui entra o entendimento de sua SOBERANIA, que não pode ser de forma alguma discutida por ninguém, pois sua condenação é certa.

As nações praticam estas abominações até os dias de hoje, por não serem seguidoras do CRIADOR, e muito menos de Suas Instruções.


Dizer que a aparição de Samuel é um demônio disfarçado NÃO É CONCEITO JUDAICO. Engana-se quem está num meio religioso que defende tal conceito, quando o Judaísmo não autoriza isso. Quem está com este entendimento, infelizmente está contra a TORÁ, e isso se configura em IDOLATRIA.


Quem apareceu no episódio de EnDor foi realmente Samuel, e isso configura um CONCEITO JUDAICO.


Shalom alekhem! 20 de Av do ano 5770 da Criação.